Numa noite fria qualquer, fui fisgado por um momento frio
chamado solidão. Aquela noite parecia que não havia tempo, parecia infinito
aqueles momentos. Que demora.
Dado momento, num
quarto, fui pego por momentos passados. Lembrei-me de coisas que vivi e escrevi
o gélido momento de estar só. O quarto era a pior companhia para aquele
momento. O escuro parecia ser o melhor amigo, e a melhor parceira era de fato,
o silêncio.
Mas silêncio é o
que não tinha, dentro de mim ecoavam vozes do passado, dizendo-me o motivo de
ter deixado passar tamanha grandeza de 'sentir'. O sentir perdido era aquilo
que não podia passar adiante. Apenas na espera de que o tempo passasse, não
esperei por ouvir vozes me dizendo os erros que cometi em momentos de pura e
íntima timidez... Que erro. Então me propus a escrever. Mesmo que em
pequenos versos, quis escrever. “-Já não suporto mais tamanha aflição” -
assim pensava dentro de mim.
Nas muitas vezes
em que eu escrevia, poucas eram as pessoas que gostavam. Não liguei para isso,
só quis me livrar do peso da solidão. Meu melhor amigo era o escuro, nele me vi
só dentro de um quarto fechado, sem visitas. Até que descobri uma janela. E que
janela... Nela me foquei e me desfoquei de todos os meus desejos. Eu só
queria esquecer! Tudo bem que minha forma de esquecer foi a pior, mas a
janela foi minha única alternativa para aquele momento...
Então sai do
quarto, passei por além daquela janela e encontro lá fora algo que me chama
grande atenção! Paixão!? Quem saberia ao certo...? Como queria me
entregar a esse novo sentir, mas minha timidez nem me permitiu entrar de fato
nisso. Até que o amor teve ciúmes da paixão e resolveu voltar. Que conflito! Me
vi dividido! {Confesso, não fiquei}. Esse que vos escreve disse a si mesmo, o
que é melhor, a paixão ou o amor? De fato que o amor. Finalmente esqueci... Mas
de que adiantou se o amor voltou? E com força! Na verdade eu REVIVI, e a
solidão deu espaço ao que antes tinha primeiro lugar! Ah o amor...
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