segunda-feira, 11 de março de 2013

De C. S. Lewis


A ideia de que "estar enamorado" é o único motivo válido para permanecer casado é totalmente contrária à ideia do matrimônio como um contrato ou mesmo como uma promessa. Se tudo se resume ao amor, o ato da promessa nada lhe acrescenta; e, assim, nem deveria ser feito. Uma coisa curiosa é que os próprios amantes, enquanto permanecem apaixonados, sabem disso muito mais que os que só falam de amor. Como observou Chesterton, os apaixonados têm a tendência natural de fazer promessas um ao outro. As canções de amor do mundo inteiro estão repletas de juras de fidelidade eterna  A lei cristã não exige do amor algo que é alheio à sua natureza: exige apenas que os amantes levem a sério algo que a própria paixão os impele a fazer.

Estar apaixonado é muito bom, mas não é a melhor coisa do mundo. Existem muitas coisas abaixo, mas também muitas outras acima disso. A paixão amorosa não pode ser a base de uma vida inteira. É um sentimento nobre, mas, mesmo assim, é apenas um sentimento. Não podemos nos fiar em que um sentimento vá conservar para sempre sua intensidade total, ou mesmo que vá perdurar. O conhecimento perdura, como também os princípios e os hábitos, mas os sentimentos vêm e vão.

É claro, porém, que o fim da paixão amorosa não significa o fim do amor. O amor nesse segundo sentido - distinto da "paixão amorosa" - não é um mero sentimento. E uma unidade profunda, mantida pela vontade e deliberadamente reforçada pelo hábito  é fortalecida ainda (no casamento cristão) pela graça que ambos os cônjuges pedem a Deus e dele recebem  Eles podem fruir desse amor um pelo outro mesmo nos momentos em que se desgostam, da mesma forma que amamos a nós mesmos mesmo quando não gostamos da nossa pessoa. Conseguem manter vivo esse amor mesmo nas situações em que, caso se descuidassem  poderiam ficar "apaixonados" por outra pessoa. Foi a "paixão amorosa" que primeiro os moveu a jurar fidelidade recíproca. O amor sereno permite que cumpram o juramento. É através desse amor que a máquina do casamento funciona: a paixão amorosa foi a fagulha que a pôs em funcionamento.

As pessoas tiram dos livros a ideia de que, se você casou com a pessoa certa, viverá "apaixonado" para sempre. Como resultado, quando se dão conta de que não é isso o que ocorre, chegam à conclusão de que cometeram um erro, o que lhes daria o direito de mudar - não percebem que, da mesma forma que a antiga paixão se desvaneceu, a nova também se desvanecerá.




Retirado do livro: 
Cristianismo puro e simples
Livro III / Conduta Cristã
6. "O CASAMENTO CRISTÃO"

C. S. Lewis.

domingo, 10 de março de 2013

A vida em um quarto


Numa noite fria qualquer, fui fisgado por um momento frio chamado solidão. Aquela noite parecia que não havia tempo, parecia infinito aqueles momentos. Que demora.

Dado momento, num quarto, fui pego por momentos passados. Lembrei-me de coisas que vivi e escrevi o gélido momento de estar só. O quarto era a pior companhia para aquele momento. O escuro parecia ser o melhor amigo, e a melhor parceira era de fato, o silêncio.

Mas silêncio é o que não tinha, dentro de mim ecoavam vozes do passado, dizendo-me o motivo de ter deixado passar tamanha grandeza de 'sentir'. O sentir perdido era aquilo que não podia passar adiante. Apenas na espera de que o tempo passasse, não esperei por ouvir vozes me dizendo os erros que cometi em momentos de pura e íntima timidez... Que erro. Então me propus a escrever. Mesmo que em pequenos versos, quis escrever. “-Já não suporto mais tamanha aflição” - assim pensava dentro de mim.

         Nas muitas vezes em que eu escrevia, poucas eram as pessoas que gostavam. Não liguei para isso, só quis me livrar do peso da solidão. Meu melhor amigo era o escuro, nele me vi só dentro de um quarto fechado, sem visitas. Até que descobri uma janela. E que janela... Nela me foquei e me desfoquei de todos os meus desejos. Eu só queria esquecer! Tudo bem que minha forma de esquecer foi a pior, mas a janela foi minha única alternativa para aquele momento...

         Então sai do quarto, passei por além daquela janela e encontro lá fora algo que me chama grande atenção! Paixão!? Quem saberia ao certo...? Como queria me entregar a esse novo sentir, mas minha timidez nem me permitiu entrar de fato nisso. Até que o amor teve ciúmes da paixão e resolveu voltar. Que conflito! Me vi dividido! {Confesso, não fiquei}. Esse que vos escreve disse a si mesmo, o que é melhor, a paixão ou o amor? De fato que o amor. Finalmente esqueci... Mas de que adiantou se o amor voltou? E com força! Na verdade eu REVIVI, e a solidão deu espaço ao que antes tinha primeiro lugar! Ah o amor...

Não há nada definido



E me pergunto, devo me rasgar de todas as memórias?
Não posso, pois, por mais que eu venha a esquecer dos momentos, jamais irei esquecer o sorriso. Irei sentir falta? Sim, irei. Mas o que fazer então se não lamentar? Não lamento, aconteceu. Apesar de nada estar defino, eu digo a você agora, parabéns! Eu não fui capaz. Tantas vezes eu perdi sem tentar, e tantas foram às vezes também em que eu pensei em fazer algo e acabei não deixando as coisas acontecerem. Por medo, perdi.
Sim, eu perdi. Chorar? Sim, chorar. Sorrir? Sim, sorrir. Tristeza? Não, isso não aceito.        Sorria homem! "Nas imagens do passado, felicidade". Que tolice olhar para o passado! Condenável! Lembre-se apenas, foi bom, mas também foi ruim. Sorria, sorria e apenas sorria. Apesar da resposta Divina, insistiremos em escolhas humanas? Que não fiquemos cegos.     

Mas lembre-se, não há nada definido! 

L. Kelven.

Silêncio


É no silêncio que temos os melhores pensamentos, é quando estamos só, e pelo fato de estar só começamos a ver as entrelinhas das coisas que nos rodeiam, sem que ao menos venhamos a perceber.

Há quem goste do silêncio e há também quem não goste. Vivo em meu silêncio inquietante, toda via nenhum reflete ao brutal silêncio de um ano que me prendera em total desarmonia do mundo. Via-me só, mas não estava.

Neste período pensei em várias formas de me ver livre desse incômodo, pensei nas mais variadas formas para sair daquela realidade que outrora sempre me prendia. Cabeça dura.

Eu sempre quis sair, sempre quis poder conhecer o meio em que vivo, porém o silêncio não me deixava sair de uma realidade inexistente. Que frio. ‘Inconfortante’ situação sem os ritmos acelerados de um coração movido por outro.

Comecei a escrever, e escrevendo fui descobrindo uma nova paixão. Não nego a contradição de muitos textos, mas confesso, essa é a melhor parte, pois com elas você é obrigado a fazer novas estórias para tentar dar sentido ao que antes havia escrito, apesar de nunca ter me visto nessa situação. E aí, notou? Não tem o que notar.

Mas onde vou colocar o que escrevo para que as pessoas vejam e possam dar as suas críticas? Me veio a ideia de um blog. Criei, postei e divulguei. Hoje parei.

E minha única critica foi: “Você escreve de mais, isso acaba cansando”. Por outro lado tive vários elogios – assim penso que foram –, e também uma correção online para verificar erros na digitação! Um verdadeiro caça-palavras.

Com isso, este perfil passou a ser o lugar em que divulguei minhas criações – é assim que intitulo tudo o que faço, pois a única coisa que posso dizer que não há contradição e é inteiramente verdadeira são as coisas que escrevo para uma única pessoa –, e essas criações foram ficando até boas...

Pra finalizar,
eu confesso que nunca terminei uma estória.